Livro da Maria! Capítulo 32 - Ninguém pode fugir da morte.

15/11/2010 23:17

Olá Queridos Leitores de Pôr do Sol!

Desculpem a demora do Capítulo. Tiveram muitas coisas para fazer e não tive tempo, mas está aqui o Capítulo Inédito do Livro.

Como sempre pedimos que comemtem aqui ou no twitter da Família.

Também peço para nos ajudar com a petição para uma Premiere no Brasil:

https://www.peticaopublica.com/?pi=BRS2011

Boa Leitura!

 

Capítulo 32- Ninguém pode fugir da morte.

 

   Passou-se um ano desde a morte de meu pai. E está sendo meu pior pesadelo. Tudo está desmoronando.

   Sinto muita falta do meu pai. Desde aquele dia me culpo pela sua morte. Fui eu que desejei, mas o ódio e a raiva me cegaram e não sabia o que tinha dito.

    Fiquei semanas trancada em meu quarto chorando sem vontade de ver meus amigos, de ir à escola ou ver Carlos. Estava sem vida. Porém, tive que ser forte. Minha mãe sofria mais que eu. Seu estado era preocupante. Ela quase não sai do quarto, ficava chorando até não aquentar, não comia e nem dormia, até que ela começou com o vicio de fumo e bebidas. Minha mãe acabou com o estoque todo de bebidas que meu pai tinha. Saia escondido a noite para beber. Quantas vezes foi arrastando ela do bar até em casa... Tive que dormi em seu quarto para vigiá-la. Vi mas duas vezes ela usando drogas, mas acabei jogando tudo no vaso do banheiro.

    Para piorar as coisas, meu pai estava cheio de dividas. Comecei a entrar em desespero. Minha família tinha uma renda boa para sustentar, mas se eu pagasse todas essas dividas, não teria mais dinheiro para mim e minha mãe. Ela não poderia trabalhar com seu estado, além do mais, ela poderia gastar todo dinheiro em bebidas, cigarro e drogas. Estava no limite.

    Com o tempo, comecei a pagar as dividas e o dinheiro que meu pai tinha deixado para nós duas foi acabando, tinha que pensar em algo para ganhar dinheiro, mas o que? A única possibilidade era trabalhar, mas eu era ainda menor de idade e não tinha concluído o ensino médio. Tinha que tentar conciliar meus estudos com o trabalho.

    Depois de alguns meses, comecei a procurar algum trabalho. Estava difícil, mas não desistiria.

    Carlos estava me ajudando muito nesse tempo. Ele era meu porto seguro. Quando ia desabar por tudo que estava acontecendo, ele vinha e me segurava. Porém, nosso noivado estava frio, quase não conversávamos e estava com medo de perder a única coisa que me sustentava, mas eu acreditava em nosso amor, sei que quando passasse todo esse tormento estaríamos juntos e felizes e quem sabe casados.

 

    Acordei na manhã de terça-feira com o sol nascendo. Era mais um dia sem dormi direito. Tive que buscar minha mãe na madrugada de novo no bar e para piorar ela estava usando drogas. Sempre brigava com ela, mas naquele dia estava sem fôlego, cansada. Levei e ela começou a vomitar o banheiro todo, já estava acostumada. Quando ela terminou de vomitar, levei-a para a cama dando um remédio e como sempre ela pegava a foto do meu pai e dormia abraçada com ela e as lágrimas vinham até o efeito do remédio funcionar. Tive que limpar toda a sujeira. Agora com 17 anos cuido da casa, da minha mãe, das contas,...Eu não tinha mais tempo para nada, mas eu não queria ter tempo.

    Depois que terminei, fui deitar na minha cama improvisada ao lado da minha mãe. Era angustiante ver minha mãe se acabando e ainda pensar que era tudo minha culpa. Sem percebi dormi chorando com meus pesadelos.

    Enquanto minha mãe dormia, tomei meu café e fui tomar banho. Já nem ligava mais para minha beleza. Não me produzia e nem me vestia bem, pegava a primeira roupa que via. Uma coisa que sempre Carlos reclamava comigo era que agora não sorria mais muito menos ria. Olhava-me no espelho e via uma morta viva.

    Arrumei minhas coisas para o colégio. Dei um beijo na minha mãe e tranquei a casa. Era necessário. Estaria fora quase o dia inteiro e com a minha mãe se acabando, tenho medo dela fazer uma besteira. Escondia facas, cordas, tudo o que possa ser fatal a ela, mas sempre quando dormia a noite ela conseguia pegar minha chave, (Já que eu tinha tirado dela) e fugia para beber, fumar e usar drogas. Então, era necessário trancá-la em casa.

     Enquanto andava para o colégio, vi Carlos me esperando perto da esquina. Estava lindo como sempre. Meu coração pulou ao vê-lo sorrindo para mim, mas não conseguia esboçar nenhuma reação.

      - Oi amor. – Disse me dando um beijo.

      - Oi. – Disse sem vida.

      - Como está?

      - Cansada. – Sempre falava isso para ele.

      - Estou percebendo pelas suas olheiras. Sua mãe fugiu de novo, né?

      - Sim, mas não quero falar nisso.

      - Vai procurar trabalho hoje?

      - Claro, tenho outra opção?

      - Eu só perguntei, não precisa ficar irritada comigo.

      Ultimamente estava sendo grossa com ele, dando foras. Ele ficava irritado e com toda certeza. Mas como eu era uma idiota e burra, só percebia isso depois que fazia a burrada.

       - Desculpe. Eu...

       - Não precisa se explicar. - Ele disse e fiquei calada.

       - Carlos, preciso falar contigo.

       - Fala.

       - Hoje vou sair do colégio.

       - Como assim sair. – Ele parou de andar me olhando.

       - Não da mais. Tenho que cuidar da casa, da minha mãe e tenho que trabalhar. Não vou conseguir conciliar tudo ao mesmo tempo.

       - Eu te ajudo Maria.

       - Não. Já está decidido.

       - Está fazendo de novo uma burrada Maria. Como vai consegui emprego sem ter concluído o ensino médio e além do mais, você é menor de idade.

       - Carlos, por favor, não quero discutir sobre isso. Já está decidido e, por favor, só preciso do seu apoio.

       - Sabe que não apoio isso.

       Baixei minha cabeça e comecei a chorar. Carlos me abraçou tentando em acalmar.

        - Desculpe Maria.

        - Não se desculpe. Sou eu que estou acabando com tudo. Sou um monstro.

        Não você não é. – Ele pegou meu rosto e olhou em meus olhos. – Você é tudo pra mim. E estarei do seu lado, sempre.

         Aos poucos fui me acalmando. De repente, meu celular toca. Era m número desconhecido.

         - Alô!

         - E a Senhorita Maria Walkers?

         - Sim é ela. Em que posso ajudar?

         - Meu nome é Sérgio Gonçalves. Sou da empresa Telework’s.

         - Oh sim. Eu me candidatei a um emprego.

         - Sim e é por isso que estou te ligando. Parabéns, o emprego é seu.

         Estava numa felicidade que não cabia em mim. Tinha conseguido o emprego. Sérgio queria que fosse hoje à empresa para acertar os papéis. Falei com Carlos e ele estava feliz por mim, agora tudo estava se ajeitando.

          Chegando ao colégio. Karen e Lívia estavam me esperando. Meus outros colegas se afastaram de mim, pelo simples fato de eu não falar mais com elas e com ninguém. Contei a elas que tinha conseguido um emprego e que sairia do colégio. Elas me abraçaram e choraram, dizendo para não fazer isso. Entrei no colégio e Igor veio falar comigo. Carlos apertava a minha cintura, me machucando. Ele era muito obcecado pelo que é seu e como eu era sua noiva, era propriedade dele. Eu odiava ser mostrada como um produto, quando você pega, leva pra casa e não deixa ninguém tocar ou sequer olhar para ela. Eu era uma mulher independente e sabia cuidar de mim mesma, mas não estava a fim de discutir.

           Carlos foi para sua sala e eu para mim. Só ficaria dois tempos e iria a secretária resolver minha saída do colégio. Nesses tempos, Karen e Lívia não saiam de perto de mim. Tive que contar a todos da sala e também para meus professores. Era uma choradeira só. Meus ex-colegas choravam e me abraçavam pedindo desculpa por não estarem ao meu lado nesse momento. Meus professores também. Pediam para eu desistir dessa ideia, mas eu era forte nas minhas decisões.

            Terminado os tempos e toda aquela choradeira, fui à secretária do colégio. Mais uma vez todos estavam tristes pela minha saída e mais uma vez pediam para eu não sair. Não queria ser grossa com ninguém, só queria resolver isso logo e ir embora.

              Resolvi tudo no colégio e voltei para o corredor. Enquanto andava senti uma mão em puxando perto do bebedouro.

              - Ficou louco Igor.

              - Por favor, Maria. Não vá.

              Vi em seus olhos o sofrimento, a angustia e a triste e também estava chorando. Nunca tinha visto nenhum homem chorar.

              - Você sabe por tenho que sair.

              - Eu te dou tudo que tenho se for necessário. Minhas economias, as jóias de minha mãe, se quiser até roubo um banco, mas não me deixe.

              - Para de idiotice. Não quero nada que venha de você ou de outra pessoa. Não vou ter como pagar...

              - Mas eu não quero nada seu, só quero que fique aqui...Comigo.

              - Igor, já conversamos sobre isso...

              - Maria, eu te amo desesperadamente. Não posso ver você sofrer. Desde o primeiro dia em que, pois os pés nesse colégio eu me apaixonei por você.

              - Mas eu não gosto de você como você quer que eu goste. Gosto de você como meu amigo. Nesse momento difícil, você estava no meu lado e te agradeço muito pelo seu apoio.

              - Mas não posso deixar você ir. Você é tudo para mim. Meu ar, meu sol, minha força.

              - Por favor, Igor...

              - Só quero que saiba que sempre estarei com você.

              - Agradeço por isso, mas não quero sua ajuda e nem de ninguém. E meu problema e minha culpa por isso tudo estar acontecendo.

              - Mas,...

              - Mas nada Igor.

              De repente, o sinal começou a tocar.

              - Tenho que ir. Vou resolver as papeladas do meu emprego.

              - Pelo menos posso te levar até o portão?

              - Tudo bem.

              Fomos andando em silêncio.

              - Vou sentir muito a sua falta. Meu coração dói muito.

              - Eu vou vir visitar vocês.

              - Mas não vai ser a mesma coisa.

              Dei um beijo na sua testa.

              - Tchau Igor. Até breve. - Comecei a andar.

              - Maria! – Igor gritou.

              Virei-me e de repente ele estava na minha frente e num gesto rápido, ele pegou minha nuca, enlaçando minha cintura.

              - Não poderia deixar você ir embora ser fazer isso.

              Foi muito rápido. Ele me puxou mais para si e beijou-me. Tentava me afastar, mas ele era mais forte. Percebendo minha relutância, forçou mais o beijo me apertando mais em seu abraço. Ele abriu a boca pedindo passagem para sua língua. Começava a virar meu rosto e ele apertou mais minha nuca e forçando sua língua para entrar na minha boca. Estava começando a me desgastar e percebendo minha fraqueza, conseguia colocar sua língua na minha boca, explorando cada milímetro dela. Seu hálito era bom, tinha gosto de menta, mas meu pensamento só vinha à imagem de Carlos. Não conseguia me soltar, até que sentir uma força sobre-humana. O empurrei para longe de mim.

               - VOCÊ FICOU LOUCO?

               - EU PRECISAVA FAZER ISSO. EU TE AMO. VOCÊ NÃO ENTENDEU?

               - MAS...

               Quando ia falar, eu olhei atrás do Igor. Ele...Carlos. Estava tão vermelho e suas íris ficaram num preto de ódio. Ele tinha visto, e fiquei com medo do que ele poderia fazer.

                - Carlos...

                - Cala.a.boca – Ele separou cada palavra. Nunca tinha visto daquele jeito.

                - Amor, por favor...

                - Eu vou matar esse Filho da Puta.

                De repente, ele tirou da mochila uma arma. Fiquei paralisada. Ele iria matar o Igor.

                - Carlos, não fala isso.

                - JÁ DISSE PRA CALAR SUA BOCA VADIA.

                Veio um nó na minha garganta e lágrimas começaram a rolar no meu rosto.

                - Calma cara. Não precisamos disso. Abaixa essa arma e vamos conversar civilizadamente.

                - NÃO QUERO CONVERSA. VOCÊS HOMEM NÃO ENTENDEM QUE ESSA MULEHR AQUI É MINHA? ESSA PUTA, VADIA É MINHA. E NINGUÉM TIRA DE MIM.

                 - EU NÃO SOU SUA! OLHA COMO VOCÊ ESTÁ FALANDO DE MIM? IGOR ME BEIJOU A FORÇA SEU IDIOTA.

                  - MAS VOCÊ DEIXOU PORRA. SABE QUE FICO LOUCO DE CIÚMES POR ISSO.

                   - Eu sei disso, mas isso não justifica o que você está falando sobre mim. PORRA SOU SUA NOIVA.

                   - Eu não sei mais o que você é para mim. Você acabou com o nosso noivado.

                   - Eu sei, mas, por favor, abaixe essa arma e vamos conversa.

                   - Não vou abaixar até acaba com a vida desse desgraçado. Ele não vai parar de perseguir você.

                   - Eu amo ela e não vou desistir.

                   Igor fez sua sentença de morte dizendo isso. Num gesto rápido, pulei na frente do Igor.

                   - Se você o matar, irá matar a mim também.

                   - Está o protegendo?

                   - Estou. Não quero ver mais morte por minha culpa. Carlos, você é o único para mim. Eu te amo mais do que tudo. Não estrague isso. – Comecei a andar até ele. – Entendeu? EU.TE.AMO

                     Vi as pessoas que estavam ao redor olhando. Algumas com medo e outras tentando ajudar. Uma das professoras tinha ligado para a policia. 

                      Ele parecia que estava se acalmando. Tentei abaixar a arma, mas num gesto rápido. Ele me puxou pelo cabelo, me machucando e com a mão onde estava à arma me bateu no rosto.

                       - Você é uma vadia mesmo. Protegendo seu amante e querendo me prender. Mas para sua infelicidade, isso nunca vai acontecer. Ta ouvindo. – Outra pancada.

                        - Está me machucando Carlos.

                        - E para machucar. Para vocÊ aprender que sou seu macho e você é minha propriedade.

                         - Você está louco Carlos!

                         - Estou louco de ciúmes. Parabéns Maria. Você criou um monstro. Você acabou com a vida das pessoas que você ama.

                         - Por está falando isso? – Comecei a chorar mais.

                         - Por você estragou tudo! Você é um demônio.

                         - Eu te odeio Carlos. Espero que morra. – Aquela raiva que senti no dia da morte do meu pai me dominou, me cegando novamente.

                         Ele se abaixou na minha frente, ficando de joelhos.

                         - Seu desejo é ma ordem, Minha Rainha, mas antes vou matar seu outro amor.

                         Ele levantou a arma e atirou em Igor que caiu no chão antes de tentar correr para me salvar. E depois ele olhou para mim e me beijou desesperadamente.

                          - Minha missão foi comprida. – E atirou na sua própria cabeça em frente a mim.

                          Seu sangue foi tudo em mim e parte de seu cérebro voaram na minha roupa.

                          Fiquei sem reação. Não conseguia chorar ou me mexer. Os minutos se passaram até senti uma mão no meu ombro e acabei vendo mais nada. Só a escuridão que me envolveu.

 

 

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Tópico: Livro da Maria! Capítulo 32 - Ninguém pode fugir da morte.

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Maria

OMG , como ela pode fazer isso ? Matar o seu grande amor por uma estupidez ! Maas , ele MERECIA , quem mandou ele ficar xingando ela ? Adorei ! :*

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cap.32

OI amiga como assim eu abandonei sua amizade? Magoei agora rs Capítulo muito tenso heim !mas adorei como sempre.bjos

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cap. 32

q horror!

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